Paradigmas e comportamentos

Sobre o Estado Laico, Políticas Públicas, a Hipocrisia e o Aborto

A discussão do momento é, com a indicação da nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, é a legalização do aborto.

Vamos começar essa conversa esclarecendo alguns pontos? Pessoalmente? Eu sou contra o aborto. Nunca fiz um. Nunca pensei em fazer um. Acho muito, muito difícil cogitar qualquer situação em que eu faria um. Mas a discussão da legalização do aborto não deveria ser pessoal.  O aborto sim.  A legalização dele? NUNCA.

Legalização do aborto é questão de saúde pública, de política de Estado. Ou deveria ser. É mais do que respeitar o direito último que temos sobre nosso próprio corpo, é garantir que ao se ver nessa situação, uma mulher tenha amparo e segurança. E deixar de hipocrisia, porque abortos, queiramos ou não, acontecem aos montes todo santo dia. É parar de financiar a máfia das clínicas clandestinas. É transformar de fato em laico esse Estado híbrido em que vivemos, onde religião influencia políticas públicas, em detrimento das crenças individuais da população.  Continue lendo “Sobre o Estado Laico, Políticas Públicas, a Hipocrisia e o Aborto”

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Meu nome é Khan, e eu não sou um terrorista

Não sou fã do cinema Bollywood. Por isso por muito pouco o filme não me escapa. Agradeço a minha inabilidade a lidar com minha recém adquirida SkyHD e ter apertado o botão errado no controle remoto. Era começo da madrugada e assisti um trecho, justamente quando Khan conhece Mandira. Ele era tão pueril, doce, que fiquei uns instantes assistindo. Em dado momento ele dá um piti com um casaco amarelo da Mandira e me lembrei de uma amiga. Fiquei curiosa de ver como o filme ia se desenrolar, e o gravei para assistir mais tarde. Fico muito feliz que eu tenha feito isso.

Contém alguns spoilers. Não o suficiente, eu acho, para estragar o filme, mas é sempre bom avisar…

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Regidos pelo caos

Mamãe e papai me ensinaram a ser uma boa menina: O bem vem para quem faz o bem. Mas num universo regido pela teoria do caos, onde todo sistema é complexo e todos as influências relevantes eu nunca entendi muito bem como essa história de fazer o bem se encaixa no girar das engrenagens. Em certas horas a gente entende perfeitamente por que o homem precisa tanto da noção de deus e da religião.

Eu não sei ser prepotente a ponto de ser atéia. Então não sei se deus é uma idéia inventada ou se é simplesmente um conceito que não podemos atingir com seus tais planos misteriosos escritos em linhas tortas e letra de médico. Me contento em ser agnóstica e dizer que não sei se deus existe e que se existe, não cabe a mim compreendê-lo em sua totalidade. Mas a verdade é que existindo ou não, é um conceito necessário. Porque tem certas horas que o único, mas único consolo que o ser humano pode ter é dizer entredentes: “Deus tá vendo…”

Vendo o esforço. Vendo a tentativa muitas vezes vã de trocar o bem pelo bem. Vendo a impotência frente ao caos. Simplesmente vendo. E anotando nossos pontos em algum caderninho surrado, e nos dando um vale-brinde de pós-vida, céu, wherever… Porque por aqui a coisa tá feia! Continue lendo “Regidos pelo caos”

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Sobre o incomensurável universo e a eventual existência de deus

O universo é infinito e em expansão. Um dia desses, apesar do meu desejo emocional por acreditar em outra coisa (como o atrito da gravidade impelindo o tudo para seu movimento reverso, e voltando a si mesmo para um novo abraço em um big crunch), ele irá se desfazer e ainda assim permanecer sem começo e sem fim, disperso em nuvens de matéria, tão distantes umas das outras, carente de quaisquer energia livre capaz de sustentar movimento ou vida, em um estado de entropia suprema, desfeito e ainda assim existente. O universo é infinito e em expansão, e sem sombra de dúvida, detentor dos mistérios da existência, renitentes às tentativas dos astrofísicos de fazê-lo caber em uma única explicação.

O homem, essa formiga cósmica curiosa e insignificante, povoa o infinito com suas lentes potentes, e registra o absoluto ainda que incapaz de compreende-lo em sua total magnitude. Eu não sei se existe uma força superior, uma energia suprema que atribui significado aos movimentos entrópicos. Gosto as vezes de elocubrar a respeito, metafisicamente distante e próxima, e teorizar que a primeira energia, que continha em sí as forças primordiais do universo e que ao se expandir criou o espaço existente onde nada havia, com força tão inimaginável que do nada criou o infinito, era essa tal força, energia e saber inicial e onisciente, que se espalhou em fragmentos e nos fez não de barro, mas de pó de estrela. Eu não sei se é fato, mas chamo de deus essa matéria primeira que hoje é infinita, e em expansão. E apesar da nossa curiosidade igualmente infinita, a resposta, se existe, não se dará em provas científicas mas em epifanias individuais, relativas como tudo mais no universo. Continue lendo “Sobre o incomensurável universo e a eventual existência de deus”

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De olho na Season Finale: Supernatural

Viu? Não era tão difícil usar o óbvio e ainda deixar margem para a surpresa.  Resolver a situação conflitante e ainda deixar ganchos para a temporada seguinte. Prender a sua atenção e não enfiar o pé na jaca só pela tentação de usar uma idéia (óbvia) que eles acharam que ia ser genial (e nem era). Supernatural termina EXATAMENTE como deveria terminar. Talvez devesse ter terminado MESMO, mas aí é outra discussão.

Deixamos aqui o SPOILER ALERT pros desavisados. Se ainda não tiver assistido o episódio 5×22 Swan Song, volte quando tiver visto…

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Aguardando a Season Finale: Supernatural

Já me disseram que eu tenho o hábito de subverter significados… Fazer o que? Eu tenho mesmo. Seja a minha veia psicótica ou o fato de ter aprendido muito cedo a ler nas entrelinhas, eu sempre vejo muito mais do que me é mostrado e encontro significado profundo nos significantes mais banais. Pilha minha. Deixem-me com a minha loucura.

Então tá, orfã de Lost, assunto segundo o Perninha já morto e enterrado, vamos lá pra minhas outras distrações televisivas, e comecemos com Supernatural, que não é uma série de terror e tenho dito. Ou não é só. Antes de mais nada, eu assisto as séries na televisão, então estou sempre atrasada… e agora mais ainda. Gravadas, esperando por tempo de assistir, vai as vezes quase uma semana se não bem mais, entre o episódio e o tempo aparecer. Assisti ontem Two Minutes to Midnight, o penúltimo episódio da temporada. E cá estou eu aguardando a season finale nesta quinta feira. Mas ainda assim, atrasada ou não, cabe um Spoiller alert pra o que vem a seguir, certo? Pra quem ainda vai assistir a quinta temporada, porque tem sempre alguém mais atrasada que eu! Continue lendo “Aguardando a Season Finale: Supernatural”